Meu corpo é inalienável, inviolável e intransferível
Dependendo das necessidades
Meu corpo guarda os genes da leitura
Da música e da loucura
Dos meus antepassados coléricos e temperamentais
Destemperados italianos.
Meu corpo guarda bem guardado
Os genes da luxúria, o amor às bebidas quentes
Da responsabilidade paterna
O desejo pela liberdade criativa
E perpetuação da espécie.
Meu corpo está à venda nos momentos de crise
Só é violável por quem me ama
E em caso de morte:
Todos os meus órgãos estão disponíveis.
Diferente daqueles
Que acreditam na vida no além
E não dividem nada com ninguém.
Eduardo Corso